Como dizia o meu genial Professor Paulo Sedim: “Hoje vou expor e não quero ser interrompido!”.
Devem, neste momento, os meus Amigos estar a pensar que vou aqui fazer um relambório de tudo aquilo quanto tenho saudades… Podem estar descansados que não! Eu disse que ia expor, não disse que ia expor-me…
O presente post serve, apenas, para desmistificar uma ideia bacoca que pulula no espírito da maioria dos portugueses: que a Saudade é um sentimento exclusivamente português e que ninguém mais pode ter a pretensão de o entender ou descrever.
O interesse do tema é este: estava este vosso Amigo à conversa com um vetusto alemão, de fino recorte intelectual, quando lhe decidi dizer que tinha “saudades” de algumas coisas que tinha deixado para trás, acrescentando que dificilmente ele iria perceber tal “coisa”, uma vez que tal conceito extravasava, em muito, o simples “missing” inglês. O meu interlocutor esboçou um sorriso e disse-me que percebia perfeitamente porque eles, os alemães, têm o Sehnsucht. Fiquei intrigado, pedi-lhe indicações e decidi ir informar-me sobre a coisa.
Por sugestão, comecei pelo Thomas Mann, no “Morte em Veneza”, onde é possível ler-se: „die Sehnsucht ist ein Erzeugnis mangelhafter Erkenntnis.” que, em bom português, significa que “a Saudade é um produto da falta de conhecimento.”. Embora não descreva o conteúdo do conceito, o Mann apanhou, como poucos, a essência, a génese da “coisa”… Assustei-me e não quis procurar mais…
Prefiro continuar com a ideia que, ao lado do Eusébio, está essa "coisa" só nossa, a Saudade…
Para matar as saudades, umas imagens do King:
Muito bom. Duas grandes referencias, o morte em veneza, um clássico, e, sourtout, a deus. ao deus senhor eusébio. aquele abraço
ResponderEliminarGrande texto.. O teu blog está a subir de qualidade exponencialmente!
ResponderEliminarEu sempre ouvi essa história, de que a Saudade é uma palavra nossa... Mas custa-me a acreditar nisso!
E sabes que mais, uma das minhas primeiras admirações em terras alemãs foi ter descoberto precisamente isso. E fiquei para morrer, porque aquilo que me haviam contado desde tenra idade era, afinal, mentira. E o pior disso tudo é que às crianças alemãs dizem-lhes que a Sehnsucht é um sentimento unicamente alemão, impossível de transpor para qualquer outra língua. Onde é que nós já ouvimos isto? Ah pois é... Desilusão! Um texto de um sociólogo alemão sobre o tema, que talvez te interesse. Aqui: http://socio.ch/sim/krieg/krieg_dia.htm
ResponderEliminarWeisst du? Ich vermisse nicht München... Eigentlich gibt es etwas besonderer: A Saudade!
ResponderEliminarFinalmente já posso dizer que este é um blog de referência! Um video do Rei Eusébio.
ResponderEliminarAgora sim.
Abraço,
NC
Grande Eduardo, sim senhor!
ResponderEliminarQuando for grande quero conseguir manter um blog como o teu :p és mesmo um sr dr!
Ou então também tens muito tempo livre eheheh (tou a brincar ctg)
Então está calor por aí? Aposto que tens saudades do nosso calor e da nossa costa!!
Todos nós sentimos saudade...nostalgia... e se não soubessemos que existiam palavras poderiamos inventar umas novas!
Já dei cabo disto tudo...lol
Beijão com saudade e porte-se bem!!!!
Quem diria que o contacto com os "boschs" te tornaria mais refinado e menos embrutecido?! Estou verdadeiramente espantado!! Claro que me estou a referir à menção ao grande King e não a essa literatura de algibeira...
ResponderEliminarAbração com saudades lusitanas.
P.S Estas saudades - as lusitanas - não têm comparação alguma com o Sehnsucht. Esta tem um certo sabor a salsicha, a nossa "saudade" tem um sabor a ..sei lá...minis?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSe este espaço cultural começar a subir assim de nivel quem vai ficar com Sehnsucht de fazer comentarios na lingua de Camões sou eu.
ResponderEliminarRealmente ir até Marentplatz e lembrar-se das Biers do Terreiro faz Sehnsucht.
Para matares as saudades vai apanhar o "FOENH" e vai meditar para a "catedral" HOFBRAUHANS.
PS: Vai procurando arranjar armários em casa para guardar as "STEINS"