A história é muito fácil de resumir. Acabadinho de chegar a Munique, estacionei o carro em frente à porta de casa e, quando voltei, tinha isto:
Até aqui nada de novo… Isto acontece todos os dias em Lisboa. Aqueles senhores de farda verde, cuja autoria, à avaliar pela qualidade estética que encerram, só pode ser atribuída à Fátima Lopes, fazem exactamente o mesmo.
O benévolo leitor deve, neste momento, estar a pensar: “Será que o estúpido não viu os parquímetros?”.
Meus Amigos: vi os parquímetros e até vi esta placa:
Mas, como bom português que sou, ignorei! Qualquer bom português ignora um sinal de “proibição de estacionamento” sempre que, cumulativamente, estejam preenchidos os seguintes requisitos: o sinal não permitir a manobra de estacionamento que pretendemos fazer e, segundo e mais importante, sempre que o sinal em concreto, naquele local, seja uma estupidez, o que acontece sempre que o sinal não permite a manobra de estacionamento que pretendemos fazer…
A “malta” que ande a tirar carta condução não pode levar a sério o parágrafo anterior antes da realização dos respectivos exames de código e condução. Desta forma, declinamos toda e qualquer responsabilidade se, porventura, o insucesso nesses exames se ficar a dever à má interpretação deste sinal em concreto.
Mas agora é que vem a parte metafísica da coisa… Esta multa deixou-me feliz!
Fui multado com estilo e glamour! Apanhei uma multa que vinha dentro de um saquinho plástico! Ora vejam:
Mas fiquei ainda mais feliz porque tive um (a palavra que se segue é para ser lida com sotaque brasileiro) gostinho de Portugal: o prazer de, conscientemente, infringir uma regra! Reparem como a frase soa bem melhor…
Mas a felicidade rapidamente se esboroou quando pensei que, nos restantes nove meses da minha estadia, o cenário da multa se ia tornar quotidiano... Olhei para os carros em volta e vi que todos tinham um dístico de estacionamento! Pensei logo algo que não posso escrever, mas que na sua versão Vitinho, um sucedâneo light e também apropriado para menores, é qualquer coisa do género: “Estou bem arranjado!”. Se as coisas fossem como em Lisboa, teria de me dirigir à EMEL, preencher 23 formulários, entregar 12 fotos tipo passe, bem como mudar o cartão de eleitor, o número de contribuinte, o cartão do clube vídeo e mais uns quantos outros para a minha zona de residência em Lisboa. Pode ser que lá para Fevereiro de 2011 a coisa se resolvesse…
Minhas Senhoras e meus Senhores, o meu dístico de residente:
O Simplex deveria ser isto, simplificar a vida às pessoas e não complicar a vidas aos velhinhos que não têm internet… Sócrates, se me lês, dá um pulinho a Munique, trás um Magalhães e a Leitão Marques, o cérebro por de trás do “teu” programa Simplex, e tentem, por favor, perceber que a simplificação de procedimentos não é só preencher formulários na internet! Consta que antes de haver internet já havia desburocratização e simplificação de procedimentos…
Já agora, um pedido: não tentes vender o Magalhães a ninguém, os Portugueses por cá já não são muito bem vistos, imagina se os alemães descobrem que a “tua” grande e inovadora medida que vai pôr os meninos da primária a escrever, decorar a tabuada e a fazer contas é o Magalhães! Temeria represálias e a expulsão do Instituto onde estou! Isto é terra de gente séria…
E mais, não dês a desculpa que não falas alemão... Por cá toda a gente fala Inglês Técnico!
está óptimo Sá :)! Willkommen in Deutschland. Quando comecei a ler ia sugerir-te precisamente que fizesses o teu Bewohnerausweis. Pelos vistos já tiveste quem te orientasse ;). Beijocas! Bis bald!
ResponderEliminarEsse processo é muito simples!
ResponderEliminarNão fales muito no Magalhães... a não ser, que queiras vender uma máquina para engomar gravadas.
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ResponderEliminarCuidado! Não vá haver um link para o SIS!
ResponderEliminarAinda acabas deportado! ;-)
Beijinhos e mais beijinhos querido amigo
Aposto que eles não multavam ninguém desde de o Mundial de 2008.
ResponderEliminarTeve que aparecer um "Tuga" para eles terem trabalho. Boa Fernando.
P.S - Cuidado com as gracinhas ao Magalhães! Não te esqueças do carnaval de Torres. Ainda te retiram o blog da net.
Abraço,
NC
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ResponderEliminarAo colher as últimas de Munique,verifico,sem espanto,que o "mestre"não perdeu tempo a "borrar a escrita".
ResponderEliminarEntretanto,a novela,merece-me os seguintes comentários:
a)"Zone",na Croácia,como é sabido,tem outra "designação",mais apimentada.
b)Por outro lado,não sabia,que em Munique,para ter acesso ao cartão de residente,era necessário pagar 15 euro.
c)Neste canto "sui-generis",os requisitos são mais "complex",mas creio que não se paga!!!!!
d)Quanto ao dístico,é pena ser verde!!!!!
Abraço
Rui Gomes
És mesmo tanso!!!
ResponderEliminarEntão não arranjas maneira de scannar um distico desses e meter no teu carro...
Tantos anos de convívio com tugas e não aprendestes nada!
É triste caro Fernando!
Na tua qualidade de estudante "a direito" ,tens que me explicar como é que chegas a Munique alugas uma casa, e por contrapartida de uma multa tens imediatamente direito a um lugar de estacionamento em frente da residência.
ResponderEliminarEnvia-me essa legislação para eu enviar ao António Costa que não sabe onde arrumar os carros em Lisboa.
DUHHHHHHHHH
ResponderEliminarCaríssimo, espetava mais de ti! Toda as pessoas sabem que pedir um dístico de residente é a 2ª coisa a fazer quando se chega a Munique!!! A 1ª, é claro, é beber umas cerveginhas bem geladas.
Grande abraço,
Cami
Dr. Edu. gostei do que li, lembro-lhe que Portugal necessita de homens c/valor, a sua geração terá a responsabilidade de alterar os maus caminhos por onde Portugal esta a ser levado, contamos com isso.
ResponderEliminarUm abraço jmata